Produtores de cacau do município de Uruará temem perder a lavoura para doença ainda não identificada
Nelson Nardini, Augusto Pereira, Cirilo Nicolodi e João Alcides |
No sábado, 23, a nossa reportagem
visitou 3 propriedades produtoras de cacau as margens da Transamazônica, km
193, zona rural do município de Uruará a 13 quilômetros do centro urbano. Nas
lavouras de cacau de ambas as propriedades existem uma doença que está se
espalhando rápido matando o cacaueiro, cerca de 20 mil pés de cacau já foram
consumidos pela doença, o pé de cacau seca começando pelas folhas, tal doença
ainda não foi identificada gerando grande preocupação nos cacauicultores, João
Alcides (o Ivo), Augusto Pereira e Nelson Nardine, donos das propriedades
visitadas, que até o momento não tiveram o auxílio dos órgãos de pesquisa
envolvidos com a cultura do cacau.
Na propriedade de João Alcides |
“Quando
essa doença Começou teve técnico que falou que era devido ser cacau híbrido e
que o cacau híbrido era programado para durar só 35 anos, de fato o cacau está
completando os 35 anos, mas isso não é problema da idade porque tem cacau com
10 anos está morrendo, com 6 anos está morrendo, com 12 anos está morrendo,
então não é porque o cacau é híbrido, o problema é a doença mesmo que precisa
ser identificada o mais rápido possível para se encontrar uma solução, do
contrário seremos obrigados a abandonar a propriedade. Não sabemos o que fazer
e estamos esperando ser socorridos”, disse o cacauicultor João Alcides.
Na propriedade de Augusto Pereira |
“Aqui
na minha lavou já morreram 6 mil pés de cacau e a doença continua avançando, se
não tivermos uma resposta rápida dos órgão competentes vamos perder a nossa
lavoura e seremos forçados a mudar de atividade agrícola”, afirmou o
cacauicultor Augusto Pereira.
Na propriedade de Nelson Nardini |
“Essa
doença está afetando a todos os produtores aqui dessa localidade, ela deve ter
começado aqui na minha propriedade há 20 anos e agora está se espalhando”,
concluiu o produtor Nelson Nardini.
O presidente da Cooperativa Coomavur,
Cirilo Nicolodi, que também é produtor de cacau, esteve junto com os produtores
visitando as lavouras afetadas.
“Vendo
esse problema enfrentado pelos nossos produtores a gente também fica
preocupado, acredito que possa acontecer no cacau o que aconteceu com o baquearão,
que no início começou em algumas propriedades e hoje já alastra por todo o
estado e nós queremos levar esse fato aos órgãos competentes para que se faça
uma pesquisa e descubra uma maneira de manter a lavoura cacaueira sem que ela
se acabe”, frisou Nicolodi.
Na propriedade de João Alcides ele está
derrubando com um trator as árvores infectadas e irá queimá-las para plantar
banana no lugar. As terras de ambas as propriedades são de excelente qualidade
que proporciona produções satisfatórias, o que deixa os produtores ainda mais
intrigados. Na propriedade de Augusto Pereira ele substituiu o cacau por açaí
numa parte onde a doença consumiu o cacaueiro e na propriedade de Nelson Nardini
ele substituiu o cacau por árvores de Teca, mas ambos os produtores preferiam
continuar com suas lavouras de cacau a trocá-las por atividade agrícola.
Os órgãos competentes devem tomar
providências o mais breve possível para que o extermínio das lavouras de cacau
não aconteça na região. O sinal de alerta foi lançado.
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